TCC 2016 CEFET-MG
No dia 14 desse mês ocorreu no Salão Imperatriz em
Divinópolis, o desfile de conclusão de curso dos alunos de Moda do CEFET. Ao
fim do curso - 3 anos para o integrado e 2 para o noturno - os técnicos
desenvolvem em grupo suas coleções e as apresentam no desfile. Anualmente o
CEFET anuncia no mercado seus novos Produtores de Moda.
Sempre surpreendendo a todos, dessa vez não foi
diferente. Os alunos trabalharam com temas incríveis e esbanjaram criatividade
em suas peças, tanto conceituais, quanto comerciais.
Depois disso todos pegaram a Estrada Real e viram,
através da história mineira, um pouco da vida daqueles que viveram o período,
desde os ricos portugueses até os escravos africanos. A coleção trouxe para a
passarela o brilho dos diamantes e das pedras preciosas, mostrando a dor, o
sofrimento e o sangue derramado para que tal riqueza chegasse nas elites europeias.
Peças trazendo o vermelho e branco, além de outras todas em preto, conseguiram
passar a dualidade do período retratado.
Em seguida fomos presenteados pelas doces surpresas da
coleção Candy. Baseada em guloseimas e na sua relação nostálgica com a
infância, o intuito das peças era fazer um contraste com o caos presente na
sociedade contemporânea. Além de referências com o tema da coleção - Doce
Amargo - as peças traziam características do vestuário infantil, transportando
os espectadores para seus passados felizes.
O próximo grupo apresentou a coleção chamada O Corpo
Fala. E não foi apenas o corpo que falou, as peças usadas pelas modelos também.
Nelas, muito movimento estava presente, além de detalhes que mostravam as
nuances do corpo humano, permitindo sua expressão mais pura.
A coleção seguinte possuía como nome Melancolia. As
peças, carregadas de sentimento, buscavam transmitir a ideia dessa sensação.
Utilizada por muitos artistas e autores na hora de buscar traduzir o
desconforto da existência, as produtoras foram extremamente bem-sucedidas nesse
quesito. A maquiagem, o corte das roupas, os adereços, as transparências, tudo
contribuiu para transmitir o abatimento e a característica tristeza do tema.
Cheia de empoderamento feminino, a coleção chamada En
Mexico, No Me Kahlo, buscou em tal país inspiração para suas ideias, as
produtoras decidiram utilizar um dos maiores símbolos do país em suas peças,
Frida Kahlo. As peças eram carregadas de referências claras à cultura local e à
artista homenageada, como estampas florais e as maquiagens, por exemplo a usada
pela modelo da peça conceitual, que trazia estampada no rosto o Dia de Los
Muertos.
Assim como as ostras sofrem para que possam transformar
um grão de areia um uma linda perola, nós também sofremos com nossas
Metamorfoses. Nessa coleção, as modelos entraram na passarela buscando passar
as ideias de mudança através dos tecidos, cortes e da modelagem das peças.
A próxima coleção trazia a proposta Girl Power,
restringindo-se a uma parte do vasto tema do Universo Geek. As peças da coleção
possuíam indicativos claros que faziam conexões com as heroínas e heróis dos
quadrinhos. As capas, saias características e os tecidos foram essenciais para
que a coleção conseguisse passar aquilo que queria. Além disso, a peça conceitual
do grupo trazia diversos LEDs, fazendo referência a energia presente nos
heróis.
Em seguida, a coleção Os Reis Somos Nós veio através
das suas peças transmitir os ideais feministas através do vestuário. Em peças
com cores vivas e cortes ousados, mostravam
que as mulheres podem usar o que quiserem, desde vestidos longos à mini saias.
Além disso, as peças eram modernas, refletindo a mulher contemporânea: livre, independente
e dona de si.
Rococó. Termo utilizado por autores para se referir a
arte Barroca presente, dentre outros lugares, no Brasil Colonial. Esse foi o
tema utilizado por uma das coleções do desfile, nomeada Rei Sol. Virando os
holofotes para o Barroco Francês, as peças traduziam as vestimentas
características da burguesia francesa do século XVIII – os principais
financiadores da arte. Além disso, a simetria presente nas peças e a confusão
em algumas rendas proporcionaram a sensação real do Rococó.
A última, por sua vez, possuía como tema a grande
artista Carmen Miranda. Chamada Duas Faces, a coleção trazia uma releitura
contemporânea do estilo único da mulher. As peças possuíam como objetivo fazer
paralelos entre a vida pessoal e a carreira de Carmen, e, por isso, traziam
duas perspectivas diferentes no vestuário. As peças, por um lado tinham brincos
de frutas e peças com movimento, representando a alegre carreira dela. Ao mesmo
tempo, eram pretas e brancas, unicamente, exemplificando a inconstância do
psicológico da artista, demostrando o lado da sua vida pessoal.
Perguntada sobre o desfile, uma das produtoras, Júlia
Fernandes do 3º ano, ressaltou a importância do evento para o curso. “É através
dele que conseguimos a devida visibilidade, sabe? Sem isso aqui, nosso curso
perderia o grande holofote que é mostrar nossas peças pra sociedade. ”.
Confira todas as fotos da noite no link.
Aline Lopes
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