A cópia na moda
Nessa semana a discussão sobre cópias na moda esteve em alta no Twitter. A discussão surgiu após a "viralização" de um vídeo de um jovem comentando como achava a prática de copiar peças de roupas de grandes marcas algo errado. Seu ponto era que, ao fazer isso, a pessoa estaria não só plagiando a roupa mas também o tempo e a criatividade do artista que a produziu. Vários usuários da rede social concordaram e vários outros discordaram, mas será que essa discussão é tão simples e dicotômica como parece?
Para responder essa pergunta é necessário abranger os pontos que ela integra. O Brasil é um dos países que mais pirateia no mundo, sendo produtos de alto custo no mercado legal (tendo como principal agravante para seus valores, por vezes exorbitantes, a alta taxação deles em solo brasileiro) os principais a serem falsificados e comercializados. E isso se deve ao fato de que muitas pessoas possuem baixo poder aquisitivo para adquirir os produtos originais, então recorrem à pirataria.
Porém, é inegável que o plágio na moda, e em trabalhos que envolvem qualquer tipo de arte, é, até certos níveis e variando conforme a situação, prejudicial e desrespeitosa. Mas, analisando especificamente o que envolve marcas globais - como é o caso da Versace, a marca que foi citada no vídeo - o prejuízo é mínimo. Tais marcas, mesmo com os casos de falsificação, continuam tendo lucros enormes e constantes, não deixando de serem nem por um minuto relevantes e economicamente poderosas.
Outra questão menos discutida, no entanto, bastante recorrente, são os casos de cópias de pequenos e/ou artistas independentes praticados por grandes marcas da moda. No ano passado tivemos o desabafo feito pelo designer brasileiro Alexandre Pavão sobre a famosa marca de bolsa Shutz. Em seu perfil no Instagram, o designer postou fotos de bolsas de sua marca, que, desde 2014, tem como parte de sua identidade visual as alças de cordas. Alças essas que, junto com outras peças de Alexandre, foram produzidas de forma bastante similar pela Shutz em peças de sua própria coleção.
Fonte: Instagram @portaldasmodas“Eu criei esta estampa há mais de uma década. Achei registros dela desde 2013. Já apliquei em mochilas, vestido e casacos, porém, percebi que as meninas usavam muito nos blocos de Carnaval. Por isso, há 3 anos, comecei a usá-la na fantasia Pipocão. A estampa é uma característica da minha marca”, disse Ligia em entrevista para o site Uol.
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