SELO QUAL: roupas profissionais certificadas

Roupas profissionais não aparecem em grandes desfiles de moda, nem são vendidas em magazines para clientes finais, mas possuem tecnologia de tecidos diferenciados e fazem parte do equipamento de proteção para muitos trabalhadores. Além disso, trata-se de um mercado em franca expansão. Dados da ABIT mostram que o Brasil conta com 1,2 mil empresas especializadas no segmento de uniforme, que juntas produziram 267 milhões de peças no ano passado, o que significa um crescimento de 4% em relação a 2010.
 
Mesmo com projeções positivas, o nicho de roupas profissionais sofre com a concorrência dos importados. Ainda de acordo com informações da associação, o consumo interno deste mercado chegou a 283 milhões de peças em 2011, sendo que 6% desse total foi suprido por produtos vindos do exterior. A balança comercial do segmento é ainda mais discrepante: no ano passado foram exportados US$ 7 milhões em uniformes, enquanto o País importou US$ 77 milhões de peças desse tipo. 
 
Fernando Pimentel, diretor superintendente da ABIT, ressalta a importância do SELO QUAL para confecções de uniformes
Visando aumentar a competitividade das empresas nacionais fabricantes de vestuário de proteção, a ABIT em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) promoveu o workshop "Inovação e Sustentabilidade Nas Confecções de Uniformes e Roupas Profissionais", no dia 8 de fevereiro, na sede da Federação das Indústrias de Brasília (FIBRA), em Brasília (DF). A apresentação teve como base a divulgação do Programa Brasileiro de Autorregulamentação de Roupas Profissionais, o SELO QUAL. Trata-se de uma certificação idealizada pela ABIT e ABDI que confere qualidade aos uniformes fabricados pelas empresas especializadas no ramo, garantindo ao cliente que o produto adquirido está dentro de parâmetros de conformidade socioambiental. 
 
 
Além de empresários e de representantes de entidades, esteve também presente o deputado federal Henrique  Fontana (PT-RS), coordenador da Frente Parlamentar Mista “JOSÉ ALENCAR” para o Desenvolvimento da Ind ústria Têxtil e de Confecção. Fontana assegurou que irá lutar para defender o setor de importações
Deputado Henrique Fontana (PT-RS): "Nenhum outro setor tem a capacidade de gerar empregos como o têxtil e de confecção"
desleais. “Nenhum outro setor tem a capacidade de gerar empregos como o têxtil e de confecção. Precisamos fazer algo para recuperar essas vagas”, disse.
 
Fernando Pimentel, diretor superintendente da ABIT, que apresentou um painel com o panorama da indústria têxtil e de confecção brasileira, afirmou que o certificado é um diferencial competitivo. “O SELO QUAL tem apelo forte no mercado. Além de ser uma necessidade das empresas e um instrumento facilitador em licitações para compras governamentais", declarou.
 
Obtendo o SELO QUAL
 
Para mostrar aos empresários de confecções quais são as vantagens e requisitos para se obter a certificação, a consultora do Centro Latino-Americano para Excelência e Qualidade (CLAEQ), Ambra Nobre, apresentou todas as fases do projeto para receber a qualificação. “O Programa é um importante instrumento para compras governamentais, mas trata-se de um projeto técnico, não que seja complexo, pois qualquer confecção pode receber a certificação”, enfatizou a palestrante.
 
Ambra Nobre, do CLAEQ, orienta empresários sobre a obtenção da certificação
Para obter o SELO, segundo a especialista, inicialmente, a empresa precisa seguir três diferentes aspectos: garantia de qualidade dos produtos oferecidos, respeito ao meio ambiente e promoção de questões sociais. O segundo passo é a visita de um auditor que irá verificar se todos esses requisitos estão sendo cumpridos. “O investimento para receber auditoria gira em torno de R$ 1,5 mil”, avisou Nobre.  
 
A qualificação possui três níveis diferentes, o primeiro é o Bronze, onde as confecções precisam apenas atender requisitos legais, de qualidade, socioambiental e de qualidade dos artigos fabricados.  Já no Prata, categoria intermediária, o fabricante deve preencher  as condições pré-estabelecidas anteriormente, mas com um grau maior de evolução. Por fim, o Ouro, patamar máximo, que segue o mesmo raciocínio das etapas iniciais.
 
Dentro dos parâmetros jurídicos, o SELO QUAL pode ser classificado como uma ferramenta para licitações públicas. Carlos Vitor Paulo, advogado do escritório Honda Estevão, afirma que em alguns processos licitatórios, o órgão público pode incluir a certificação como critério para a compra. “Hoje, a lei de compras publicas é aplicada de forma ampla, para o desenvolvimento nacional. O órgão tem um instrumento forte para exigir que a empresa cumpra com requisitos de qualidade e
Caetano Glavam Ulharuzo, coordenador do Projeto T&C da ABDI 
não apenas preço baixo”, informou.
 
Cláudio Palharim, presidente da Commanders e Sérgio Taniguti, da Moais Roupas Profissionais, duas empresas que já estão certificadas pelo Programa, mostraram seus cases de sucesso aos empresários no evento.
 
Durante o evento, a ABDI anunciou o lançamento do "Programa de Gestão da Inovação para Fabricantes de Uniformes e Roupas Profissionais". O projeto irá  selecionar 25 empresas do segmento para, após um diagnóstico sobre sua forma de atuação, receberem gratuitamente um curso de capacitação com técnicas de planejamento estratégico, marketing de produtos com base tecnológica e detalhamento sobre fontes de financiamentos públicos e privados. Com o apoio de mais de mil horas técnicas de consultoria e treinamento, as empresas selecionadas implantarão um Programa Gestão da Inovação customizado, de acordo com o seu perfil.
 
O workshop contou com o apoio da FIBRA, Senai/DF, Sebrae/DF e do Sindicato das Indústrias do Vestuário, Tecelagem e Fiação do Distrito Federal (Sindiviste).
 
FONTE: ABIT

http://www.abit.org.br/site/noticia_detalhe.asp?controle=2&id_menu=20&idioma=PT&id_noticia=3755&#ancora

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