Salão Moda Brasil: fabricantes investem em tecnologia e sustentabilidade


Em um espaço de 36 mil metros quadrados, 500 grifes apresentaram novidades em moda, negócios e tecnologia na 9ª edição do Salão Moda Brasil, em São Paulo, entre os dias 3 e 5 de junho. O evento, realizado com apoio da Abit, recebeu mais de 20 mil lojistas e contou com desfiles, exposições e ciclos de palestras. O Salão, inicialmente voltado para o segmento de moda íntima, recebe também hoje artigos de praia, fitness, insumos e aviamentos. “Hoje, o consumidor é mais exigente quanto à procedência e qualidade de seu produto, por isso o Salão reúne os grandes produtores destes segmentos em um único espaço”, reforça Indhira Pêra, uma das organizadoras do evento, que movimentou nesta edição R$ 800 milhões em negócios. 
“O varejo brasileiro é um dos que mais cresce no mundo e a imagem internacional do design brasileiro vem crescendo. É importante, então, investir em novos produtos, com tecnologia, design e respeito às normas ambientais”, assinala Alfredo Bonduki, vice-presidente da Abit, entidade convidada para participar da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, expondo projetos e experiências do setor. No Salão, a produção sustentável e tecnológica apresentada pelos fabricantes foram as grandes apostas das marcas. 

Lupo apresenta nova coleção infantil
“Nessa nova coleção estamos produzindo peças com malhas desfibradas, que têm sido bastante aceitas no mercado”, afirma a estilista Dayana de Souza Pinheiro, da Malwee. A marca, que inicia a produção com algodão orgânico, pretende aumentar a utilização desse tipo de matéria-prima. “Com o algodão, nós conseguimos reduzir a utilização de agentes químicos no processo de tinturaria, além de obter um tecido mais leve”, comenta a gestora da empresa, Janete de Oliveira. 

Já as marcas Darling e Kalimo, por exemplo, investem na utilização da fibra modal, produzida a partir de caules e composta de viscose. “A fibra modal é um material bastante resistente, o que é uma de nossas grandes preocupações”, analisa a diretora da Darling, Lilian Masijah. A diretora pontua que a durabilidade das peças é um fator importante na produção ecológica, uma vez que evita o desperdício de material. “Para confeccionar as peças, utilizamos novos tecidos de poliamida, que não necessitam passagem a ferro, economizando energia”, completa Monique Fazenda, gerente de mercado da Kalimo, especializada em moda fitness e praia. 

Dayana de Souza Pinheiro, da Malwee, apresenta coleção para pais e filhos
O diretor da fabricante de moda íntima, Lupo, Valquirio Ferreira Cabral Jr., que levou ao Salão o novo legging Emana – que modela o corpo e ajuda a combater a celulite – ressalta que a marca não utiliza sacolas plásticas nas lojas desde 2007 e que a economia de água é uma das grandes preocupações da fabricante, que utiliza cerca de três milhões de litros de água por dia. “A Lupo aproveita a água da chuva principalmente no processo de tinturaria. Estamos também em processo de experiência com o algodão colorido”, assinalou Valquirio. 

Para os lojistas, as questões ambientais atraem os clientes se associadas à alta qualidade do produto e aos preços baixos. “Meus clientes procuram por produtos duráveis e resistentes, mas que tenham um toque moderno”, analisa a lojista Alba Abreu, de Marília (SP). Em contrapartida, a comerciante Julia Souza, de Machado (MG), observa a preferência de seus clientes pelo “fast fashion”. “Meus compradores procuram por produtos com preços acessíveis, para que possam ser renovados com frequência”, afirma. 


FONTE: ABIT

http://www.abit.org.br/site/noticia_detalhe.asp?controle=2&id_menu=20&idioma=PT&id_noticia=3956&#ancora

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