Setor têxtil e de confecção espera reagir com a entrada em período sazonal


A temporada primavera/verão é a mais importante, comercialmente, para o setor têxtil e de confecção brasileiro, tanto para exportação quanto para as vendas domésticas. Tradicionalmente, o segundo semestre sempre é mais aquecido e o mês julho já apontou uma queda menor na produção física se comparado aos meses do primeiro semestre. Além da sazonalidade, o câmbio um pouco mais favorável e a redução de juros ajudam na lenta recuperação, no entanto, ainda longe da performance de anos anteriores. A desoneração da folha de pagamento só deve trazer melhores resultados a médio prazo.
 
“O governo tem tomado decisões na direção correta, mas elas são paliativas e não anulam a concorrência predatória dos asiáticos. O setor têxtil precisa de um regime tributário específico e competitivo como existe em outros países concorrentes”, afirma Aguinaldo Diniz Filho, presidente da Abit.
 
No acumulado de janeiro a julho deste ano, a produção do segmento de vestuário caiu 12,04% e do têxtil, 6,1%, em relação ao mesmo período de 2011. O varejo de produtos confeccionados cresceu 1,79%. “Esse descompasso entre produção e varejo evidencia o quanto vem aumentando a participação das importações asiáticas no mercado. Enquanto não temos um regime tributário competitivo, seria muito importante, neste momento, a adoção de salvaguarda para vestuário, cujo pedido protocolamos no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior no dia 23 de agosto” diz o presidente da Abit.
 
De janeiro a agosto, as importações têxteis e de confecção somaram US$ 4,42 bilhões, um aumento de 9,3% em relação a igual período do ano passado. Levando em conta somente as importações de vestuário, o  incremento foi de 32,5% nos primeiros oito meses de 2012, em comparação ao mesmo período de 2011, registrando US$ 1,46 bilhão.
 
As exportações apontaram queda de 9,8%, baixando a US$ 855 milhões. Com isso, o déficit acumulado de janeiro a agosto de 2012 é de US$ 3,57 bilhões (excluída a fibra de algodão).
 
 
Panorama do setor
 
Produção Física – nos dados do IBGE, de janeiro a julho de 2012, a produção da indústria têxtil recuou 6,1%, e o segmento de vestuário teve queda de 12,04%. No entanto, a queda de julho foi bem menor que os meses anteriores, mostrando uma lenta recuperação pela sazonalidade:
                                              
abr/12
mai/12
jun/12
jul/12
-7,52
-3,8
-3,57
-2,38
-11,78
-10,5
-14,1
-6,36
 
 
Varejo – nos primeiros sete meses do ano, o varejo teve um desempenho positivo de 1,79% em volume de vendas e 5,56% em receitanominal. No comparativo julho 2012 e julho 2011, o crescimento foi de 5,52% em volume de vendas e 7,58% em receita nominal.
 
Emprego – com uma queda menor na produção, o setordemitiu menos do que contratou no mês de agosto e o saldo de empregos ficouem  1.679  contra 643 no mesmo mês do ano passado, segundo CAGED. No entanto, o setor ainda amarga a perda de 12.703 postos nos últimos 12 meses.

FONTE: ABIT

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