Mestrado de Dênis Geraldo Fortunato Fraga


FETICHE TECNOLÓGICO: O USO DO CAD PELAS CONFECÇÕES DE VESTUÁRIO DE DIVINÓPOLIS



Graduado em Design de Moda pela FACED - Divinópolis MG, Licenciado em Artes pelo

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas e Pós-Graduado em Cultura Afro-brasileira pela FIJ (Faculdade Integradas de Jacarepaguá, RJ), o atual professor efetivo do CEFET-MG Campus Divinópolis, no Curso Técnico de Produção de Moda, Dênis Geraldo Fortunato Fraga, desenvolveu seu Mestrado pela FUNEDI UEMG entre 2014 e 2016, com o título: "Fetiche tecnológico: o uso do CAD pelas confecções de vestuário em Divinópolis", sob orientação  do Prof. Dr. Gilson Soares Raslan Filho. 


Prestes a iniciar sua pesquisa do Doutorado, Dênis Fraga nos deu detalhes sobre o processo de desenvolvimento do seu mestrado. Ele conta que enquanto trabalhava no SENAI - Divinópolis, questionou o por quê do CAD não funcionar nas empresas de confecção, sendo que sua hipótese era a falta de qualificação profissional para lidar com o sistema nestas empresas. Com o projeto aprovado, seu orientador indicou alguns referenciais teóricos para que pudesse conhecer o estado da arte. Fraga comentou que uma das coisas que pesquisou foi a questão do trabalho. Então, teve que estudar Karl Marx e outros autores para entender as relações de trabalho e compreender a importância da tecnologia ou do maquinário dentro das confecções e até mesmo dentro das indústrias". A partir desses pensadores, ele começou a notar que as tecnologias possuem o intuito de alavancar a produção, e assim, são pensadas apenas pelo olhar da área de exatas, deixando de lado o olhar das ciências humanas. Com isso, as relações entre as pessoas deixam de ser importantes e, apenas se sobressai as relações de trabalho no ponto de vista econômico com a geração de lucro que é o foco que toda empresa.


"E através de outros autores, percebi que a tecnologia é nada mais que uma prótese para potencializar o trabalho e a produção. Só que nós atribuímos a tecnologia a responsabilidade de toda a produção. Começamos a pensar nela como algo em si mesmo. Por exemplo, se adquiro determinada tecnologia, eu resolvo meus problemas, não preciso de uma pessoa qualificada ou não vou precisar de pessoas para poder gerenciá-la", Dênis Fraga continua.

"Quando a sociedade começa a pensar dessa forma, acabamos não valorizando as pessoas que estão envolvidas nesse processo de produção e a enxergamos apenas como simples engrenagens. Mas as pessoas tem suas limitações físicas, religiosas e psicológicas que devem ser levadas em consideração. Então não é simplesmente adquirir uma tecnologia, colocá-la dentro de uma empresa e ela sozinha vai dar conta do recado. Nós precisamos de pessoas capacitadas para trabalharem com essas tecnologias."

Concluindo sua defesa, Dênis Fraga argumenta que "Eu só olhei a tecnologia através do olhar das relações de trabalho, de uma relação Marxista. Nós temos outras relações, outras ciências e outras coisas que devemos levar em consideração antes de pensar qual seria a melhor solução para o problema da utilização de uma tecnologia que está sendo usada de forma equivocada. O grande salto é nós entendermos que a tecnologia é uma ferramenta, é uma prótese. Ela não é o fim, é apenas o início de uma relação entre o homem e a inteligência artificial para nos salvar de nos mesmos."


Dênis Fraga defendendo sua dissertação de Mestrado




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