Atividade industrial fecha 2011 com modesto crescimento de 0,6%

O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista encerrou 2011 com leve alta de 0,6% comparado ao mesmo período de 2010. Essa variação, no entanto, é muito modesta para sustentar qualquer otimismo sobre a recuperação da indústria, avaliou o diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas da Fiesp (Depecon),  Paulo Francini. 

Em novembro do ano passado, o indicador registrou queda de 0,6% sobre outubro de 2011, na série com ajuste sazonal. Em dezembro, o desempenho do setor produtivo mostrou enfraquecimento de 0,4%, com ajuste, na comparação com mês anterior. Dos setores avaliados pela pesquisa, destacam-se as perdas em Produtos Têxteis, com quedas de 1,8% em novembro sobre outubro e 1,9% em dezembro versus novembro, em termos ajustados. De janeiro a dezembro de 2011, o setor registrou baixa de 3,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior, sem ajuste sazonal.

“A situação da indústria preocupou e preocupa. Entramos em 2012 com carry over(efeito estatístico transferido de um ano para outro) negativo de 3,2% para atividade industrial no ano. Se a indústria tivesse permanecido constante durante o ano de 2011, como aconteceu em 2010, teríamos 1,1% positivo, mas como o INA fechou em 0,6%, o comportamento é pior”, explicou Francini 

Na leitura sem ajuste sazonal, o INA indicou queda de 2,1% em novembro ante outubro e baixa de 11,2% em dezembro versus mês anterior.  E de janeiro a dezembro de 2011, o indicador acumulou variação positiva de 0,6% em relação ao mesmo período de 2010, já descontado o ajuste. 

Francini alerta que, apesar de outros indicadores revelarem que a economia brasileira caminha bem, não se deve esperar da indústria o mesmo comportamento e nem uma recuperação robusta para este ano. “O conjunto das informações que provêm da atividade econômica mostra que a situação está razoável. Mas o fato é que, enquanto a economia como um todo tem determinado proveito, a indústria, por características especiais, está sofrendo”, explicou o diretor do Depecon. 

A percepção dos empresários com relação ao cenário econômico, medida pelo Sensor Fiesp, caiu quase quatro pontos em dezembro na comparação com novembro, para 43,3. Em janeiro, o Sensor Geral registrou variação ainda mais baixa de 42,2, o pior indicador desde fevereiro de 2009, quando a leitura chegou a 42,3. 

A Fiesp projetou crescimento de 1,5% para atividade da indústria este ano, indicando um avanço moderado.  


FONTE: ABIT 

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